O uso do PIX se tornou parte do dia a dia dos brasileiros. Rápido, gratuito e acessível, o meio de pagamento criado pelo Banco Central revolucionou a forma como pessoas e instituições movimentam dinheiro.
Naturalmente, esse novo modelo também chegou às igrejas, que começaram a receber dízimos, ofertas e contribuições por meio do PIX.
Mas será que uma igreja pode receber dízimos e ofertas via PIX de forma regular e segura? É preciso seguir alguma norma contábil ou tributária específica? E como deve ser feito o registro dessas movimentações para manter a conformidade com a legislação?
Neste artigo, a ICTUS Contabilidade explica tudo o que igrejas precisam saber sobre o uso do PIX nas contribuições, quais são os cuidados necessários e como manter a transparência e a segurança nas finanças da instituição.
O PIX é permitido para igrejas?
Sim. Igrejas podem receber dízimos e ofertas via PIX sem qualquer impedimento legal. O Banco Central não restringe o uso do sistema de pagamentos instantâneos a pessoas jurídicas de natureza religiosa.
Isso significa que o CNPJ da igreja pode ser utilizado para gerar uma chave PIX, seja CNPJ, e-mail, número de celular ou chave aleatória, para receber contribuições dos membros e frequentadores.
O importante é que a conta bancária esteja registrada em nome da instituição religiosa (e não de um líder, pastor ou tesoureiro), garantindo transparência e rastreabilidade.
Por que receber dízimos via PIX é uma boa prática
Além de ser uma solução moderna e prática, o PIX traz vantagens relevantes para a gestão financeira da igreja. Entre as principais estão:
- Rapidez e disponibilidade imediata:
Os valores são transferidos em tempo real, 24 horas por dia, todos os dias da semana, incluindo finais de semana e feriados. Isso facilita o controle de caixa e o uso eficiente dos recursos da igreja.
- Redução do manuseio de dinheiro
Diminuir o uso de dinheiro em espécie aumenta a segurança das transações, reduz o risco de perdas ou extravios e simplifica a conciliação bancária.
- Facilidade para os membros
Muitos fiéis preferem contribuir de forma digital, especialmente aqueles que não carregam dinheiro físico. O PIX oferece comodidade e acessibilidade, o que pode até aumentar o volume de ofertas.
- Transparência e rastreabilidade
Todas as transações ficam registradas na conta da igreja, o que facilita a prestação de contas e a comprovação da movimentação financeira em relatórios internos ou perante órgãos fiscalizadores.
Cuidados ao receber ofertas via PIX
Apesar de ser permitido, o uso do PIX pelas igrejas exige alguns cuidados importantes para evitar problemas contábeis, administrativos ou jurídicos.
- Use apenas contas em nome da igreja
Nunca utilize contas pessoais para receber dízimos e ofertas. Isso pode gerar dificuldades na prestação de contas, confusão patrimonial e até suspeitas de desvio de finalidade.
O ideal é que a igreja possua CNPJ ativo e conta bancária empresarial, vinculada a esse CNPJ.
- Registre todas as entradas
Mesmo sendo transferências digitais, todas as ofertas recebidas devem ser lançadas no controle financeiro da igreja, com informações sobre o valor, data e finalidade.
A contabilidade deve incluir essas movimentações no balancete contábil mensal, garantindo conformidade e transparência.
- Emita relatórios periódicos
As igrejas, por serem entidades sem fins lucrativos, precisam manter livros contábeis organizados e apresentar relatórios de receitas e despesas.
Esses documentos servem tanto para prestação de contas aos membros quanto para comprovar a boa gestão financeira em eventuais fiscalizações da Receita Federal ou de bancos.
Como a contabilidade deve registrar dízimos via PIX
Os dízimos e ofertas são considerados receitas institucionais das igrejas, ou seja, valores recebidos para custear as atividades religiosas e sociais da entidade.
No registro contábil, devem constar como receitas isentas de tributação, conforme previsto na Constituição Federal, que garante imunidade tributária às organizações religiosas.
Por isso, a contabilidade deve registrar:
- Data da entrada do valor;
- Identificação da operação (PIX);
- Finalidade (dízimo, oferta, campanha, doação etc.);
- Destinação dos recursos (ex: manutenção, eventos, obras, assistência social).
Essas informações garantem transparência e proteção jurídica à igreja, além de serem fundamentais para manter a isenção fiscal e o status de entidade imune.
Como manter a conformidade fiscal e contábil
Mesmo isentas de impostos, as igrejas devem cumprir obrigações acessórias e manter registros contábeis atualizados.
Para isso, é importante:
- Ter CNPJ ativo e atualizado junto à Receita Federal;
- Emitir notas fiscais eletrônicas apenas quando vender produtos ou serviços (como livros, cursos ou eventos pagos);
- Entregar declarações exigidas, como a ECD (Escrituração Contábil Digital), quando aplicável;
- Apresentar balanços anuais e balancetes mensais, conforme exigido pela legislação civil e eclesiástica.
Manter a contabilidade organizada também é essencial para garantir a transparência perante os membros e preservar a reputação da instituição.
Dicas práticas para implementar o PIX na igreja
Se a sua igreja ainda não utiliza o PIX de forma estruturada, siga estas recomendações:
- Abra uma conta bancária no nome da igreja (PJ com CNPJ ativo).
- Cadastre uma chave PIX oficial, preferencialmente do tipo CNPJ.
- Divulgue a chave aos membros em murais, boletins ou redes sociais, sempre com identificação clara da igreja.
- Use QR Codes fixos para facilitar as transferências durante os cultos e eventos.
- Evite receber PIX em contas pessoais, isso pode comprometer a transparência financeira.
- Registre todas as transações no sistema contábil, com o apoio do escritório responsável.
Essas boas práticas garantem que o uso do PIX seja feito de maneira segura, transparente e alinhada às normas fiscais e religiosas.
Conclusão
Sim, a igreja pode receber dízimos e ofertas via PIX, desde que siga as boas práticas de gestão financeira e mantenha o controle contábil das movimentações.
O sistema é moderno, seguro e aprovado pelo Banco Central, trazendo benefícios como praticidade, rapidez e redução de custos operacionais.
Entretanto, o uso correto do PIX exige organização contábil e separação das finanças pessoais e institucionais, para evitar problemas futuros e garantir a conformidade legal.
Com o apoio da ICTUS Contabilidade, sua igreja pode modernizar as formas de contribuição sem perder a transparência e o cuidado com a administração dos recursos.
Quer implementar o PIX com segurança e manter a contabilidade da sua igreja em dia?