Abrir uma igreja é, acima de tudo, um projeto espiritual e comunitário. No entanto, por mais que o foco esteja na missão religiosa, a legalização de uma igreja exige o cumprimento de obrigações civis, fiscais e contábeis. E é nesse ponto que muitos líderes se perguntam: é possível abrir uma igreja sem contador?
A resposta: É possível iniciar o processo sem contador, mas não é recomendado e, em muitos casos, será necessário contar com um profissional desde os primeiros passos.
Neste artigo, a equipe da ICTUS Contabilidade, especializada no atendimento a igrejas, explica por que a contabilidade é fundamental, quais são as exigências legais para abrir e manter uma igreja regularizada, e como evitar problemas com a Receita Federal.
O que é uma igreja do ponto de vista jurídico?
Antes de responder à pergunta principal, é importante entender que, do ponto de vista jurídico, igrejas são pessoas jurídicas sem fins lucrativos, com natureza de organização religiosa.
Ou seja, embora não tenham finalidade econômica, as igrejas são entidades legais como qualquer outra instituição, com CNPJ, estatuto social, diretoria registrada, conta bancária e obrigações junto aos órgãos públicos.
Por isso, abrir uma igreja exige muito mais do que simplesmente registrar um nome ou alugar um imóvel. Envolve um processo burocrático que inclui:
- Elaboração de estatuto social;
- Registro em cartório;
- Obtenção de CNPJ na Receita Federal;
- Cadastro municipal e, em alguns casos, estadual;
- Solicitação de alvará de funcionamento;
- Inscrição para benefícios fiscais (isenção de tributos);
- Cumprimento de obrigações contábeis periódicas.
Então, é possível abrir uma igreja sem contador?
Tecnicamente, uma pessoa pode iniciar parte do processo sem contador, especialmente se tiver conhecimento jurídico e dominar a burocracia envolvida. Isso pode incluir:
- Elaborar o estatuto com base em modelos;
- Ir até o cartório de registro civil de pessoas jurídicas;
- Solicitar o CNPJ pelo site da Receita Federal (com certificado digital);
- Preencher cadastros municipais ou estaduais, conforme o caso.
Contudo, a realidade prática mostra que isso é arriscado, especialmente porque:
- Muitos cartórios exigem estatutos com cláusulas específicas;
- O CNPJ pode ser indeferido se o código de atividade estiver errado;
- Erros na estrutura do estatuto podem impedir o acesso à imunidade tributária;
- A falta de uma contabilidade adequada pode gerar multas e perda da isenção de impostos.
Ou seja: embora possível, abrir uma igreja sem contador é altamente desaconselhável e pode sair muito mais caro no futuro.
Por que o contador é essencial na abertura de igrejas?
Veja algumas das principais funções que o contador especializado em igrejas desempenha desde a abertura:
1. Orientação sobre a estrutura jurídica
O contador pode ajudar na definição do modelo jurídico mais adequado, estrutura da diretoria, composição dos cargos, e na elaboração correta do estatuto social, com cláusulas obrigatórias para garantir imunidade tributária.
2. Registro correto do CNPJ
A Receita Federal exige que a entidade utilize um CNAE (Código de Atividade Econômica) específico para igrejas: 9491-0/00 – Atividades de organizações religiosas.
Se o código for escolhido incorretamente, a igreja pode ser classificada como associação comum, perdendo o direito à imunidade fiscal, além de sofrer autuações.
3. Apoio na obtenção de alvarás e licenças
Prefeituras exigem alvará de funcionamento, cadastro mobiliário e, em alguns casos, autorização do Corpo de Bombeiros.
O contador auxilia no levantamento e cumprimento de todas as exigências.
4. Isenção e imunidade de impostos
Igrejas têm direito à imunidade tributária garantida pela Constituição Federal, ou seja, não pagam impostos como IRPJ, CSLL, PIS, COFINS e IPTU (se o imóvel for utilizado nas atividades-fim).
Contudo, a imunidade não é automática. Para garantir esse direito, é necessário:
- Manter escrituração contábil regular;
- Demonstrar que os recursos são aplicados nas atividades religiosas;
- Apresentar balanço patrimonial e demonstrações contábeis anuais;
- Estar com o CNPJ e registros atualizados.
Sem contador, é praticamente impossível cumprir esses requisitos de forma correta e manter a imunidade vigente.
5. Evitar problemas legais e fiscais
A ausência de contabilidade pode levar a:
- Suspensão do CNPJ;
- Perda de benefícios tributários;
- Multas por não entrega de declarações obrigatórias (como DCTF, EFD-Reinf, RAIS);
- Impedimentos para receber doações ou firmar convênios públicos.
Em muitos casos, igrejas são alvo de fiscalização da Receita ou do Ministério Público por não cumprirem suas obrigações contábeis, mesmo sendo isentas de impostos.
É obrigatório contratar contador após a abertura da igreja?
Sim, se a igreja deseja manter sua imunidade tributária, é essencial contar com uma contabilidade regular e especializada. Essa exigência está presente em diversas normas
Portanto, ter um contador não é apenas recomendável — é obrigatório, se a igreja quiser cumprir a lei e preservar seus direitos.
Abrir igreja com contador especializado evita dores de cabeça
Abertura de igreja não é apenas uma questão de fé, mas também um ato jurídico e contábil.
Um contador com experiência no setor religioso vai ajudar em todas as etapas:
- Elaboração do estatuto adequado;
- Registro no cartório correto;
- Obtenção do CNPJ com o CNAE ideal;
- Organização da contabilidade inicial;
- Regularização fiscal e previdenciária;
- Apoio em auditorias, convênios e doações.
Mais do que “abrir” a igreja, o contador garante que ela permaneça ativa, legal e protegida, permitindo que os líderes se concentrem no mais importante: a missão espiritual e comunitária da instituição.
Conclusão
É possível iniciar a abertura de uma igreja sem contador, mas isso pode gerar erros jurídicos, fiscais e contábeis graves.
A falta de apoio profissional pode impedir a regularização do CNPJ, resultar em perda de imunidade tributária e até comprometer a imagem da igreja perante seus membros e a sociedade.
Por isso, se você está planejando abrir uma igreja ou regularizar uma instituição já existente, o melhor caminho é contar com uma contabilidade especializada em igrejas, que compreende a legislação, os desafios e as particularidades desse tipo de entidade.
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