A fundação de uma igreja exige mais do que apenas o desejo espiritual de levar a Palavra de Deus adiante. Para funcionar dentro da legalidade, com acesso a benefícios e isenções previstos em lei, é necessário passar por um processo jurídico e contábil bem estruturado.
Por isso, neste guia, a ICTUS Contabilidade explica como abrir uma igreja de forma legal e com CNPJ regularizado, orientando líderes religiosos sobre os principais passos para evitar problemas com a Receita Federal e garantir o bom funcionamento da instituição.
Por que abrir uma igreja de forma legal?
Abrir uma igreja de forma legal e com CNPJ regularizado não é apenas uma questão burocrática — é também uma forma de proteger o patrimônio da instituição, garantir acesso a direitos fiscais (como isenções de impostos) e possibilitar a atuação plena diante de órgãos públicos e instituições financeiras.
Ao formalizar a igreja como uma associação religiosa sem fins lucrativos, ela poderá:
- Receber doações de forma legal;
 - Emitir recibos para fins de dedução do Imposto de Renda;
 - Firmar parcerias com o poder público;
 - Alugar ou adquirir imóveis;
 - Obter isenção de tributos como IPTU, IRPJ, CSLL, entre outros.
 
Agora que você entende a importância da legalização, vamos ao passo a passo.
1. Definição dos fundadores e elaboração do estatuto
O primeiro passo para abrir uma igreja de forma legal é reunir no mínimo duas pessoas fundadoras, que estarão à frente da instituição.
Em seguida, será necessário elaborar o estatuto social, que funciona como o documento que define as diretrizes da igreja, como:
- Nome da instituição;
 - Finalidade religiosa;
 - Endereço da sede;
 - Direitos e deveres dos membros;
 - Forma de administração;
 - Regras para assembleias;
 - Disposições sobre o patrimônio.
 
O estatuto é essencial para dar legitimidade à igreja e deve estar de acordo com o Código Civil Brasileiro, principalmente os artigos referentes às associações sem fins lucrativos.
2. Realização da assembleia de fundação
Com o estatuto pronto, é necessário realizar a Assembleia de Fundação da Igreja. Nessa reunião inicial, os membros fundadores:
- Aprovam o estatuto social;
 - Elegem a diretoria (presidente, secretário, tesoureiro, etc.);
 - Registram em ata todas as decisões.
 
Tanto o estatuto quanto a ata da assembleia de fundação devem ser assinados por todos os presentes e depois levados ao cartório.
3. Registro no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas
O próximo passo é registrar a igreja como uma associação religiosa sem fins lucrativos no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas da cidade onde a instituição terá sede.
Será necessário apresentar:
- Estatuto Social;
 - Ata da Assembleia de Fundação;
 - Documentos pessoais dos fundadores e membros da diretoria;
 - Requerimento de registro.
 
Esse é o momento em que a igreja passa a existir oficialmente como pessoa jurídica.
4. Obtenção do CNPJ na Receita Federal
Com o registro em cartório concluído, a próxima etapa é solicitar o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) junto à Receita Federal. Esse processo é feito digitalmente, pelo site do órgão.
Para isso, será necessário:
- Preencher o Documento Básico de Entrada (DBE);
 - Apresentar o número de registro em cartório;
 - Enviar os documentos digitalizados via sistema da Receita Federal.
 
Com o CNPJ, a igreja poderá abrir conta bancária, emitir recibos e realizar transações legais.
5. Inscrição municipal e alvarás
Assim como qualquer outra entidade, a igreja deve se inscrever na Prefeitura da cidade onde está localizada, o que permite o funcionamento regular do local de culto.
Dependendo da cidade, poderá ser exigido:
- Alvará de Funcionamento;
 - Inscrição Municipal;
 - Licença da Vigilância Sanitária e Corpo de Bombeiros.
 
Embora as igrejas tenham imunidade tributária em muitos casos, o cumprimento dessas exigências garante que a instituição não será notificada por irregularidades administrativas.
6. Solicitação de isenção de tributos
Com o CNPJ regularizado, é possível solicitar a isenção de tributos federais, como o IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e a CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido).
Também é possível solicitar isenção de IPTU junto à prefeitura, desde que o imóvel seja utilizado exclusivamente para fins religiosos.
Essa solicitação deve ser feita com base em:
- Estatuto Social registrado;
 - Comprovante de atividade religiosa;
 - Comprovação de que não há distribuição de lucros.
 
A orientação contábil é fundamental nessa etapa, para reunir a documentação correta e não perder prazos.
7. Emissão de recibos e prestação de contas
Com a formalização, a igreja também passa a ter responsabilidades contábeis. Ainda que isentas de tributos, as instituições religiosas devem:
- Manter livros contábeis atualizados;
 - Emitir recibos de doações;
 - Apresentar a Escrituração Contábil Digital (ECD) — em alguns casos;
 - Registrar entradas e saídas financeiras;
 - Responder a fiscalizações da Receita Federal, se necessário.
 
É importante contar com uma contabilidade especializada no terceiro setor para evitar problemas e manter tudo em dia.
8. Cuidados com o uso de recursos e doações
A igreja deve manter rigoroso controle sobre todas as doações recebidas e os gastos realizados. A movimentação dos recursos deve estar sempre alinhada com a finalidade religiosa e os objetivos previstos no estatuto.
A prestação de contas, mesmo não sendo obrigatória ao público, deve estar registrada internamente e acessível aos órgãos competentes, como Ministério Público ou Receita Federal, em caso de fiscalização.
9. Atualização constante da documentação
Muitos líderes religiosos acreditam que, após a abertura da igreja, não é mais necessário atualizar os registros. No entanto, toda alteração na diretoria, mudança de endereço ou reformulação do estatuto precisa ser atualizada no cartório e comunicada à Receita Federal.
Essa manutenção regular evita a desatualização dos dados e impede problemas como o cancelamento do CNPJ por inatividade.
10. Por que contar com uma contabilidade especializada?
Abrir uma igreja de forma legal e com CNPJ regularizado pode parecer simples, mas envolve uma série de detalhes jurídicos, burocráticos e fiscais que devem ser seguidos à risca.
Ao contar com uma contabilidade especializada, como a ICTUS Contabilidade, os líderes religiosos têm a tranquilidade de:
- Evitar erros que geram indeferimento do CNPJ;
 - Garantir o correto enquadramento legal;
 - Obter isenção de tributos com segurança;
 - Cumprir todas as obrigações acessórias;
 - Focar na missão espiritual, enquanto a parte contábil é gerida por especialistas.
 
Conclusão
A legalização de uma igreja não deve ser vista como um obstáculo, mas sim como um passo essencial para a segurança e crescimento da obra.
Com o CNPJ regularizado, a instituição religiosa pode atuar com total transparência, acessando benefícios fiscais e ampliando sua atuação na comunidade.
Se você deseja abrir uma igreja e quer garantir que todo o processo seja feito com segurança, regularidade e apoio especializado, entre em contato com a ICTUS Contabilidade.
Nosso time está pronto para orientar você do início ao fim, com compromisso, ética e experiência no atendimento a instituições religiosas.