Igreja pode usar máquina de cartão de crédito? Essa pergunta surge com frequência entre pastores e tesoureiros que buscam modernizar a forma de receber dízimos e ofertas sem comprometer a imunidade tributária nem a transparência contábil.
Nos últimos anos, a adoção de maquininhas de cartão tem se popularizado em templos evangélicos, católicos e de outras denominações, permitindo que fiéis façam contribuições de maneira mais prática, sobretudo para aqueles que não carregam dinheiro em espécie.
Mas, afinal, qual o impacto dessa prática sobre o regime de imunidade tributária que isenta as igrejas de impostos sobre suas arrecadações? E como garantir que a adoção da máquina de cartão não gere riscos fiscais ou patrimoniais para a instituição e seus dirigentes?
Neste artigo super completo, a ICTUS Contabilidade explica tudo o que sua igreja precisa saber antes de adquirir uma maquininha de cartões, desde os requisitos formais até os cuidados na prestação de contas.
Entendendo a imunidade tributária das igrejas
Igrejas e demais organizações religiosas gozam de imunidade tributária garantida pela Constituição Federal (art. 150, VI, “b”), que as isenta de impostos sobre o patrimônio, renda e serviços relacionados às suas finalidades essenciais.
Em outras palavras, as ofertas de fiéis e eventos ministeriais não sofrem incidência de tributos como IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, ISS ou qualquer outro tipo de imposto.
É importante ressaltar que a imunidade não está condicionada à forma de arrecadação — seja em dinheiro vivo, depósito bancário ou máquina de cartão de crédito — mas sim à natureza dos valores recebidos.
Desde que os recursos sejam oriundos de doações, dízimos e contribuições voluntárias, eles permanecem imunes, independentemente do meio de pagamento utilizado.
Por que pode ser útil usar máquina de cartão na igreja?
A máquina de cartão traz vantagens operacionais evidentes:
- Praticidade para os membros: Facilita as doações para quem não tem dinheiro em espécie ou prefere usar cartão de débito/crédito.
- Aumento de arrecadação: Oferece oportunidade de captar valores maiores ou mais frequentes, inclusive por meio de parcelamentos (em alguns casos).
- Transparência: Gera comprovantes automáticos de doação, que podem ser impressos ou enviados por SMS/e-mail, auxiliando no controle individual de ofertas.
Contudo, a adoção desse meio de pagamento deve respeitar regras contábeis e fiscais, para que a igreja mantenha sua regularidade perante o Fisco.
Precauções na configuração da máquina de cartão
Ao buscar na internet relatos relacionados ao tema “Igreja pode usar máquina de cartão de crédito?” você encontrará relatos de instituições que instalaram maquininhas no nome do pastor ou tesoureiros, prática que acarreta confusão patrimonial.
Misturar CPF de pessoa física com CNPJ da igreja viola as normas fiscais e pode levar à tributação indevida do pastor ou à desconsideração da imunidade tributária.
Para evitar riscos:
Tenha CNPJ ativo e regular: Antes de tudo, certifique-se de que a Igreja está regularizada: CNPJ sem pendências, inscrições estadual/municipal em dia e obrigações acessórias entregues pontualmente.
Use a máquina no nome da igreja: Ao solicitar o equipamento junto à adquirente ou banco, apresente os documentos da pessoa jurídica, não do pastor:
- Cartão do CNPJ;
- Estatuto ou Ata de eleição da diretoria;
- RG, CPF e comprovante de endereço dos representantes legais.
Defina responsáveis e controle de acesso: Nomeie em ata quem autoriza transações, tanto nas coletivas (durante cultos) quanto nas isoladas (atendimento ao público), garantindo que os relatórios de vendas/refeições reflitam exclusivamente as doações e ofertas.
Impacto na contabilidade e na prestação de contas
O uso de máquina de cartão de crédito traz maior volume de transações eletrônicas que devem ser escrituradas. A ICTUS Contabilidade orienta:
- Classificação contábil: Registros de entrada no livro caixa ou no plano de contas devem identificar a origem (dízimo, oferta, doação específica).
- Conciliação bancária: Compare diariamente extratos da conta da igreja com relatórios da maquininha para evitar divergências.
- Demonstrações contábeis: Inclua relatórios de máquina nas demonstrações financeiras, evidenciando origem e destinação dos recursos, conforme exigido pelas normas contábeis aplicáveis a organizações sem fins lucrativos.
Além disso, administradoras de cartão estão obrigadas por lei, a enviar informações de movimentação à Receita Federal, que cruza esses dados com as declarações das igrejas.
Portanto, qualquer inconsistência pode levar a questionamentos e até à perda da imunidade tributária.
Vantagens do recebimento por cartão
- Flexibilidade para eventos: Casamentos, congressos e oficinas podem ter pontos de arrecadação digitais espalhados, ampliando a capilaridade.
- Doações pontuais online: Muitas maquininhas oferecem links de pagamento, possibilitando doações de qualquer lugar via smartphone.
- Relatórios gerenciais: Dashboards mostram perfis de doadores, horários de pico de contribuição e montantes médios, auxiliando o planejamento de campanhas de arrecadação.

Resistências e como superá-las
Alguns líderes se sentem desconfortáveis com a burocracia extra ou com custos de taxa de desconto (geralmente de 1% a 3% por transação). Para mitigar:
- Mostre números: A economia de tempo e a facilidade para o fiel frequentemente superam o custo da taxa.
- Negocie descontos: Para altas volumes de transações mensais, muitas adquirentes reduzem a taxa.
- Combine meios: Mantenha a coleta de dízimos em dinheiro, mas ofereça cartão como complemento, para não substituir integralmente uma fonte de receita.
A ICTUS Contabilidade como parceira das igrejas
Na ICTUS Contabilidade, entendemos que a adoção de máquina de cartão de crédito pode transformar a forma de arrecadação, mas também traz novos desafios de controle e compliance. Por isso, oferecemos:
- Assessoria completa para regularização de CNPJ e inscrições municipais;
- Configuração contábil específica para organizações religiosas;
- Implantação de processos de conciliação automatizados entre extratos bancários e relatórios de maquininha;
- Capacitação de tesoureiros e equipe administrativa;
- Geração de relatórios gerenciais que demonstrem origem, destinação e transparência das ofertas.
Com nossa experiência, sua igreja mantém a imunidade tributária assegurada, aprimora a experiência de doadores e cresce de forma sustentável, confiando em práticas contábeis seguras e certificadas.
Conclusão
Muito mais do que simplesmente Igreja pode usar máquina de cartão de crédito?, o verdadeiro desafio está em integrar essa tecnologia ao modelo contábil e fiscal da instituição, sem perder a essência do ato de doar.
Com planejamento, cuidados jurídicos e o apoio de uma contabilidade especializada como a ICTUS, sua igreja colhe os benefícios da modernização na forma de maior arrecadação.
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